Viagem por Portugal de Sylvio Greco

Um dos nossos visitantes, Sylvio, veio a Portugal e no seu blog Assim eu não me esqueço fez um óptimo resumo sobre a sua viagem. Tem dicas de locais que visitou e de restaurantes onde foi.

Aqui fica a sua contribuição.

Chegamos em Lisboa às 6 horas da manhã (4 horas aqui) ainda escuro, com frio de 5 graus e garoa. Direto para o Hotel Roma, distante apenas 15 minutos do aeroporto, e para a cama dar um cochilo, já que o café da manhã era até às 10h30.

O café da manhã: Acho que não há no mundo um café como o dos hotéis brasileiros. Comparando com os que conheci em Florianópolis, Natal e Porto de Galinhas e até mesmo em Ubatuba e Guarujá, o café do Hotel Roma é bem simples, para não dizer pobre.

O nosso bufê (nos hotéis do Brasil) é farto, com muitas frutas, muitas variedades de sucos naturais, pães salgados e doces, além dos bolos.

Lá havia uma máquina de vários tipos de café – longo, curto, descafeinado e com leite, uma outra máquina com suco de laranja ou pêssego muito doce, parecido com aqueles de caixinha e água.

Havia 4 tipos de pão e para rechear somente mussarela e presunto. Dois tipos de bolo. Havia também a tradicional omelete, salsicha tipo Viena e bacon. Frutas só em calda – pera, pêssego ou melão. Nada mais.

Primeiro dia: Domingo à tarde

Estava frio e tempo fechado. Saímos do hotel depois do café da manhã e fomos ao metrô – lá se diz “métro”, que é na mesma rua do hotel, bem próximo, para comprar os passes.

Não há nenhum funcionário para vender os bilhetes. Compra-se nas máquinas. Tem que comprar um cartão e carregá-lo. Há várias opções, mas a mais vantajosa é comprar uma “viagem”, que é válido por 24 horas e pode usar quantas vezes quiser por 6 euros mais 0,50 do cartão. Depois é só recarregar o cartão.

Foi o que mais usamos. Andamos muito de metrô, é eficiente, rápido e as estações são limpas e seguras.

Pegamos a linha verde e fomos até o centro histórico – Martim Moniz, Rossio e Baixo Chiado. Muitos turistas, principalmente alemães e espanhóis, uma babilônia.

elevador santa justa - sylvio

Demos de cara com o Elevador de Santa Justa, perto da famosa rua Augusta, onde subimos para alcançar a parte alta do bairro.

castelo sao jorge -sylvio

Fomos ao famoso Castelo de São Jorge a pé debaixo de fina chuva e vento e por fim jantamos um bacalhau no Armazém do Chiado, local com lojas e restaurantes.

Segundo dia: Segunda-feira

O dia começa a clarear a partir das 8h da manhã. Fomos até o Cais do Sodré de metrô e de lá de “autocarro”  (ônibus para nós), até o centro comercial Vasco da Gama, na direção norte da cidade.

Área moderna de Lisboa – Parque das Nações, onde está o Oceanário (que não nos interessou entrar), o pavilhão Atlântico (onde são feitos os grandes shows internacionais), centro de convenções, um shopping center enorme que já havia visitado quando fui em 1999 e restaurantes na beira do rio Tejo.

Por falar em restaurantes, almoçamos no Dom Bacalhau, na beira do Tejo, frequentado por famosos como Luan Santana e Hans Donner. Pedimos um prato que só encontrei neste restaurante e foi um dos melhores que experimentamos.

ponte vasco da gama

Primeiro a entrada com pães, queijos, patês e azeitonas. Para acompanhar 2 taças de espumante. Depois o prato principal: 4 variedades de bacalhau: Brás, Lagareiro, Broa e Nata. Deve-se comer nesta ordem. Para acompanhar, vinho tinto.

4tipos de bacalhau - sylvio

Depois vem a sobremesa – escolhemos os pastéis de nata e para encerrar café e depois um licor. Todo esse menu para 2 pessoas por 40 euros. Bom demais!!!!

Terceiro dia: Terça-feira

O metrô entrou em greve na parte da manhã por 3 horas e tivemos que pegar um táxi até a rodoviária.

Fomos de ônibus para Fátima, distante 130 kms de Lisboa. Não há nada para ver em Fátima senão o Santuário. Havia pouca gente para o tamanho do lugar, a maioria estrangeiros. Uma missa estava em andamento quando chegamos.

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Após conhecer a Basílica fomos comprar velas, que ficam expostas em um balcão. Há velas de vários tamanhos e o preço delas, e ao lado um bocal para depositar as moedas. Se quiser pegar uma vela e não pagar não vai acontecer nada porque não há nenhum vendedor ou alguém vigiando.

Não vi ninguém pegar vela e não pagar por elas. Uma brasileira do meu lado disse: – Não tem ninguem olhando? Será que todos pagam? A Regina disse a ela: – Depende da consciência de cada um. Só faltava dentro da Santuário não pagar por uma vela.

Pegamos o ônibus das 15h30 e regressamos para Lisboa. Na rodoviária há uma linha de metrô.

Fomos até o Chiado na Rua Augusta, um calçadão onde carro não circula. É o ponto de encontro dos lisboetas e turistas para um happy hour.

As mesas ficam no meio da rua e há uma infinidade de bares e restaurantes ao longo dela.

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Foi aí que jantamos, no restaurante Concha d’Ouro. Pedimos um bacalhau a Lagareiro e carne de porco a Alentejana. As porções são tão generosas que deu para dividir para dois o bacalhau e a carne de porco.

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Quarto dia: Quarta-feira

Acordamos cedo para aproveitar melhor o dia e fomos para a parte sul do Tejo.

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De metrô até o Cais do Sodré e depois de ônibus até o Mosteiro dos Jerônimos, onde estão enterrados Camões, Fernando Pessoa e Vasco da Gama.

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Também visitei este lado em 1999. De lá fomos até a Torre de Belém e na Pastelaria aberta desde 1700 e “bolinha” comer os famosos pastéis de Belém.

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A fila para entrar e fazer o pedido estava muito grande. Havia muitos jovens mochileiros e turistas. Como já conhecia o lugar fomos afundando dentro do enorme estabelecimento. Lá dentro havia mesas de sobra e um garçom nos atendeu.

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Pedimos 1 pastel cada um e ele trouxe 2. A Regina perguntou: – Mas por que o Senhor trouxe dois? Ele respondeu: – Porque sempre pedem mais um depois!!!! Olha o jeitinho português!!! 4 pastéis, um sonho que a Regina quis experimentar e 2 cafés por 7,90 euros.

Voltamos para a cidade baixa até a Rua Garret para ver o Café A Brasileira e a estátua do Fernando Pessoa.

Não conseguia encontrar a rua, então estava passando uma jovem portuguesa e perguntei como chegar lá. Ela achou complicado explicar e então nos levou até próximo do local. Na realidade ela queria conversar conosco. Até perguntou se nós entendíamos bem o que ela falava. Muito simpática.

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De lá fomos até a praça do Róssio pegar o famoso Bonde 28 que faz o trajeto pelo Bairro Alto e a parte histórica de Lisboa. Nosso passeio de bonde terminou de noite porque o sol vai embora cedo essa época, 17h30hs já está escurecendo.

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Descemos pela Rua Augusta até a Praça do Comércio onde fica o Tribunal de Justiça. Queria jantar no famoso Martinho da Arcada, aberto em 1782. Pois jantamos lá, ora pois!!

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Quinto dia: Quinta-feira

A localização do Hotel Roma é excelente. Está apenas a 15 minutos do aeroporto de carro e em frente do hotel há uma estação de “comboio”, ou seja, de trem e em toda a extensão da avenida, o metrô.

Fomos até a estação e pegamos um trem para Sintra.

Também não há funcionários para vender os bilhetes, só máquinas. Deu um pouco de trabalho porque não sabia como recarregar para andar de trem. Tem que comprar o Zaping, que permite o uso em trem, metrô, bonde e ônibus. Uma grande facilidade para o usuário.

São 30 kms de distância de Lisboa e o trajeto é percorrido em 45 minutos.

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Fomos no Palácio da Regaleira e depois tomamos um ônibus até o Palácio da Pena. Passamos o dia em Sintra e para jantar fomos conhecer o restaurante do hotel.

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Sexto dia: Sexta-feira

 

Descobri na internet que há um ônibus que sai da Praça Marquês de Pombal às 10h00 da manhã para o maior Outlet da Europa, em Alcochete, 28 kms de distância de Lisboa.

Tem que atravessar a ponte Vasco da Gama sobre o rio Tejo, que é maior que a ponte Rio-Niterói. São penas 10 euros por pessoa para ir e voltar. Fomos nessa.

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A viagem leva 1 hora. Chegamos às 11h00 e havia pouca gente. A grande maioria das lojas estava em liquidação e comprei camisas de manga comprida de boa qualidade por apenas 5 euros. Uma pechincha mesmo.

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Voltamos para Lisboa com várias sacolas de roupas. Depois, à noite, fomos jantar na Marisqueira, perto do hotel.

Sétimo dia: Sábado

Fomos até o cais do Sodré e pegamos o trem para Cascais e Estoril.

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Conhecemos a Boca do Inferno em Cascais, onde infelizmente muitos jovens se suicidam. É uma falésia impressionante. Cair é morte certa.

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Pegamos o trem novamente e descemos em Estoril, que fica bem próximo de Cascais e fomos conhecer o famoso cassino.

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Lá dentro não pode tirar fotos. É grande, tem vários ambientes e até um local de jogo com as máquinas caça níquel para os não fumantes.

De frente para o cassino há um restaurante elegante, com um deck fechado com toldos transparentes por causa do frio. Havia bastante pessoas e decidimos almoçar.

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Quando entramos vimos que alí era o lugar para os fumantes e havia até crianças naquele ambiente fechado. Muita gente fumando.

Aliás a população fuma muito, muito mesmo. Não quisemos ficar ali e fomos na parte de dentro do restaurante, para os não fumantes, onde havia somente nós dois mais 2 mesas ocupadas.

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Eu pedi um robalo grelhado com arroz do mar – um tipo de risoto com camarões e a Regina foi de bacalhau com natas e camarão. Muito bom. Voltamos para o hotel e arrumamos as malas.

Oitavo e último dia: Domingo

Tomamos o café da manhã assim que abriu porque nosso voo era às 10:15. Poderia ir de metrô ao aeroporto que ficaria bem mais em conta. Durante a semana vimos inúmeras pessoas com malas no metrô em direção ao aeroporto, mas por comodidade pegamos um táxi por 10 euros.

Depois que despachei as malas fui resgatar no Tax Free os impostos que paguei das 2 bolsas da Guess. Recebi de volta 12 euros.

O aeroporto de Lisboa é parecido com o de Toronto. Tudo envidraçado e bem arejado, com iluminação natural. Dá para ver de perto os aviões estacionados nos portões.

A ala de embarque tem 86 portões. O nosso era o 47. É longe e tem que ir a pé.

O aeroporto de Cumbica precisa urgentemente de uma ampliação e modernização. Está vergonhoso. Não dá para comparar.

Para variar os brasileiros fizeram fila meia hora antes de iniciar o procedimento de embarque, igual o que aconteceu em Toronto. Não há necessidade alguma de fazer fila, já que todos os assentos estão marcados e todo mundo vai entrar antes do avião decolar. Não há problema de overbooking.

Nós ficamos sentados tranquilamente e quando o funcionário iniciou o procedimento de embarque, ainda fomos chamados antes pois nossos assentos eram no final do avião (34H e 34J) e deveríamos embarcar antes.

Nosso voo saiu no horário, 10h15, e chegamos em Cumbica às 18h30.

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Foi assim a viagem do Sylvio! Espero que gostem da partilha e sintam-se à vontade para partilhar connosco a vossa viagem por Lisboa ou Portugal!

Qualquer dúvida de locais ou sítios que valem ou não a pena, não hesite em perguntar 🙂

Bons passeios!

Fonte das fotos: Sylvio Greco

3 comentários

  1. Olá Sylvio, Portugal é mesmo lindo, morei lá por 5 anos, sempre em Lisboa. Agora em maio, provavelmente irei p lá passear mas já esqueci algumas coisas, voltei em 2005. Vou com minha esposa, será a primeira viagem internacional dela e como ela gosta mto de comida boa, a minha pergunta é nesse sentido. Quero mostrar a culinária tradicional portuguesa p ela e como não pretendemos gastar sem necessidade, gostaria de saber dicas de lugares com boa comida e não mto caros. Achei mto bom o Dom Bacalhau, conforme fui lendo seu texto pensava, deve ser uma facada, mas o preço também é bom. Seria nessa linha, até sou adepto das tasquinhas porque pelo q me lembro, nunca comi mal em cafés e tascas mesmo mto simples. è isso, abçs.

    • Olá Vanderlei!
      Para além dos restaurantes que estão no link que a Dani sugeriu, eu posso garantir-lhe que na baixa de Lisboa e nos arredores há muitos restaurantes bons e baratos, com comida apetitosa e sem enganar as pessoas.
      Você precisa é de prestar bem atenção ao aspeto da tasquinha e perceber se estão mais direcionados para turistas ou não. Se estiverem, será mais caro e menos tradicional, certamente.
      Se estiver cheio de pessoas tipicamente portuguesas e não tiver menu de turista, então você pode entrar e pedir 🙂

      Existe um local que é FANTÁSTICO, não só pelo sítio mas pela comida que é deliciosa. Chama-se Casa do Alentejo: https://www.facebook.com/palacioalverca
      Soube que nessa casa, onde se come bem e boa comida alentejana, às terças-feiras, costuma haver cantares alentejanos à mistura, para deliciar os ouvidos dos visitantes.
      O cantar alentejano neste momento é candidato a património imaterial da humanidade, da UNESCO.

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