No luxuoso e nobre Bairro da Recoleta, se localiza um cemitério diferente dos já conhecidos. Este bairro histórico é escolhido na atualidade por muitas pessoas como destino de lazer. Os jardins que rodeiam o cemitério, representam um ponto de reunião para os portenhos.
Imagem: quetalviajar.com
O nome do bairro tem origem no Convento dos Pais Recoletos, membros da ordem franciscana que se estabelecera na cidade no inicio do século XVIII. Estabelecida a ordem foi fundada a Igreja Nossa Senhora do Pilar e, no lado, o cemitério.
Na atualidade o cemitério representa uma das maiores atrações turísticas do bairro. Foi desenhado por o arquiteto Frances Prosper Catelin e inagurado no ano 1822.
O cemitério foi utilizado no inicio por famílias burguesas e antigos fazendeiros. Mas o que representa uma característica única deste espaço, são sua arquitetura simbólica e os representantes da historia do pais que descansam lá.
Personalidades sepultadas:
- Nicolás Avellaneda – ex-presidente da Argentina.
- Adolfo Bioy Casares – escritor.
- Miguel Juárez Celman – ex-presidente da Argentina.
- Vicente López y Planes – autor do hino nacional da Argentina.
- Luis Federico Leloir – bioquímico, ganhador do Prêmio Nobel de Química.
- Bartolomé Mitre – político, escritor e militar; ex-presidente da Argentina.
- Carlos Pellegrini – político e advogado; ex-presidente da Argentina.
- Eva Perón – ex-primeira-dama da Argentina.
- Carlos Saavedra Lamas – político e advogado, ganhador do Prêmio Nobel da Paz.
- Domingo Faustino Sarmiento – escritor e político; ex-presidente da Argentina.
- Juan Andrés Gelly y Obes – general argentino, chefe do Estado-Maior argentino na Guerra do Paraguai
A arquitetura e as esculturas foram realizadas por artistas internacionais famosos. As ruas deste cemitério simulam uma cidade pequena, e ocultam um grande numero de curiosidades que mantém com vida este espaço.
Muitos jovens visitam o cemitério para aprender historia, arquitetura, poesia, desfrutar de sessões de fotos para casamentos, aproveitar o sol do inverno para dormir uma cesta o simplesmente ler um livro aproveitando o silencio e ambiente tranquilo.
Na atualidade, o cemitério da Recoleta é o espaço do mundo com maior densidade de esculturas.
Historias de romances, fatalidades, infidelidades, namorados sem sorte, famílias com historias difíceis, promessas, inveja, ciúmes, etc; cada uma das esculturas tem legendas que detalham o passado daquelas famílias, os problemas que viveram e os episódios dos últimos dias.
Na realidade, esta cidade de anjos e legendas convida a conhecer tesouros inéditos da história da cidade. A melhor forma de conhecer o cemitério, não é contratar os serviços oferecidos na porta de entrada. A melhor forma é pegar o mapa e ficar caminhando em liberdade, olhando os milhões de detalhes escondidos nas infinitas representações artísticas e textos.
Lembre-se que é um percurso cultural, poético, muito longe da angústia e nostalgia. Mas também é um espaço de profundo respeito pelas pessoas que lá descansam e a história do país.
Fora do cemitério, existe um dos pólos gastronômicos mais importantes da cidade. Com restauranes abertos a noite toda, shoppings, cinemas, sorveterias e livrarias.
O filme recomendado
O ano passado teve a estreia mundial no festival de Toronto um filme do cemitério da Recoleta. O filme sofreu uma certa rejeição em vários festivais.
O filme conta o enfrentamento de duas versões da história argentina: a dos vencedores e a dos vencidos. Com a particularidade de que o faz por meio de um espaço concreto e simbólico ao mesmo tempo: o Cemitério da Recoleta, no qual repousam juntos os que no passado lutaram em lados opostos.
Esse recorrente enfrentamento (ainda hoje presente) é posto em cena através de citações lidas junto às tumbas, dando lugar a uma espécie de “diálogo de mortos” que vai debulhando a história.